atravessando-me


tenho amor.
amor pelas fases da vida que me inquietam e desacomodam,
pelos cem jeitos diferentes com os quais se pode chegar à mesma resposta, apenas para descobrir que o que importava era a maneira de fazer a pergunta.
tenho desassossego contínuo e desnorteio prolongado. caminho com meus pés fora do chão.
durmo e acordo a cada piscar de olhos, levanto refeita de meus sorrisos e deito completa em minhas lágrimas. canto.
conto bençãos e observo. há luz.
há sombra , bem-vinda sombra que é mestra, e se não dá o colo, mata cobras e mostra com quantos paus se faz um castelo de areia, só para poder depois soprar, soprar, soprar. e ver nascer verdade onde havia ilusão.
lindo florir que, a conta-gotas, jorra a delicadeza que só olhos translúcidos conseguem perceber.
conexão.
e o amor me tem. se não deitada eternamente em berço esplêndido, desperta em galopada na corrida louca e livre por estradas virgens e campos com cheiro de chuva.
(de 27 de janeiro de 2014)

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